sábado, 16 de outubro de 2010

Fim de romance

O bar estava cheio quando Alise mudou de ambiente deixando sobre o balcão uma bebida intocada. Discretamente, tratei de descobrir para onde ela teria ido e se estava tudo bem.
Fui direto ao mezanino, o melhor lugar que ela poderia escolher para terminar a leitura da qual não se separa há três dias: “O único final feliz para uma história de amor é um acidente”, de João Paulo Cuenca, jovem escritor carioca que lhe foi apresentado por mim.
Ao ler a última página, Alise beija a foto do autor que aparece na orelha da contracapa e suspira: “Ah, posso dizer que Cuenca e esse lugar incrível são as minhas melhores descobertas nos últimos nove anos!” (ela tem só 22). Em seguida o livro é fechado e esse rápido movimento faz com que um vértice de ar seja projetado contra o seu rosto perfeito.
Agora Alise quer ouvir “o músico brasileiro João Gilberto”, citado repetidas vezes com essa exata descrição por um dos personagens da obra recém-lida.


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